Talita Affonso
País/Barra do Piraí – A televisão ainda é o meio de comunicação mais consumido no país; entretanto, ao mesmo tempo, a relação entre o jovem e o aparelho televisor vem se modificando nos últimos anos. A chamada “segunda tela”, em geral o aparelho celular, tem cada vez mais se tornado primeira, ao passo que os jovens têm preferido o YouTube a assistir canais pagos, bem como compõem a faixa que menos vê os principais canais abertos. Em média, o brasileiro (aliás, a brasileira, já que as mulheres são o público que passa mais tempo em frente à TV) passa cinco horas por dia assistindo ao televisor, de acordo com dados do instituto GfK. O Brasil é, inclusive, um dos países que mais assiste TV, ao lado de Estados Unidos, Índia, China, Malásia e Turquia. Os dados são referentes a 2016.
Porém, 56% dos jovens entre 14 e 24 anos ouvidos pela pesquisa “Digital Democracy Survey”, realizada nos Estados Unidos em 2017, declararam que preferem acessar conteúdos no YouTube e outras plataformas digitais a assistir aos canais televisivos a cabo.
De volta ao Brasil, o portal de noticias televisivas NaTelinha divulgou que o jovem entre 12 e 24 anos corresponde à fatia em que os principais canais abertos, em termos de audiência, têm menos telespectadores. Apenas 21% assistem ao SBT, 14%, à Globo, e 13% dos jovens declararam assistir à Record.
“Sinceramente, nunca fui muito de ver TV, e acredito que a grade atual das emissoras não tem um atrativo ao jovem, porque ainda estão muito presas em programas e formatos mais tradicionais. Acho também que o que o jovem busca não está na televisão, mas está na Internet, no YouTube, nas séries, por isso que estamos nesta situação”, acredita a estudante Alice Oliveira, 19. Ela admite ser adepta de seriados e outras mídias.
Por outro lado, o público tradicional, ainda tem na televisão a “amiga que traz as informações” e distrai. “Gosto de ficar com a televisão ligada como som de fundo mesmo, enquanto faço minhas atividades domésticas, e volta e meia olho para saber o que está acontecendo, como está a novela ou a receita que a Ana Maria Braga estiver fazendo. Minha geração cresceu tendo a televisão como companheira de serviço de casa e até como ‘babá’ dos nossos filhos, aí não tem jeito”, diz a dona de casa Sônia Lopes, 44.